Há alguns dias, uma imagem foi compartilhada em grupos católicos que chamou a atenção de muitas pessoas: de autoria desconhecida, uma caricatura do Diabo e de Deus conversando sobre o mundo. O Diabo diz: “Com o COVID-19 eu fechei suas igrejas”. Deus com olhar sereno e compassivo responde, contradizendo: “Ao contrário, Eu abri uma em cada casa!”. Uma charge desta abre um sábio precedente para ótimas reflexões, tanto para nossa Santa Igreja, quanto para nosso Movimento de Apostólico de Schoenstatt.
É tempo de proteção. É tempo de amor!
Realmente o autor foi muito iluminado pelo Espírito Santo com esta charge. Mesmo sem conhecer o autor, vê-se que o desdém pela astucia do demônio eleva a sabedoria e a bondade de Deus por cada um de nós. A Igreja Católica, mesmo com a cultura do encontro provocada pelo Santo Padre, o Papa Francisco, une-se aos demais no mundo e nos pede que nos protejamos em nossos lares. O papa Francisco, mesmo que fisicamente solitário na Praça da São Pedro em Roma, promoveu a benção Urbi Et Orbi de forma extraordinária a qual parte de Roma para o mundo. Nesta benção, não se é exigido que o fiel estivesse na Igreja para que pudesse recebê-la.
Os bispos brasileiros solicitaram que as missas fossem transmitidas pelas redes sociais, ou seja, em igrejas “vazias”, o Padre e a equipe da comunicação, ou as “Pascom´s” de cada paróquia, num esforço de higienização e respeito, promovem a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo até os lares através das redes sociais.
Um profeta de Maria em tempos atuais
E vale salientar o termo “apostólico” dado ao Movimento de Schoenstatt. E isto não é por acaso. A Divina Providência e a pedagogia do Padre José Kentenich Fundador da obra de Schoenstatt dá a mesma resposta que na charge Deus dá ao demônio, através dos Santuários Lares.
No documento de fundação, Pe. Kentenich apresenta que a presença da Virgem Maria no Santuário não é promovida por um milagre ou aparição. Pe. Kentenich apresenta aos jovens seminaristas sua “secreta ideia predileta” (p.45): “(…) maior ação apostólica (…) do que mover nossa Senhora e Rainha a estabelecer aqui (…)o seu trono (…)”. Isto dizia Pe. Kentenich no Documento de Fundação (p49).
Logo após, anos à frente em Milwaukee, a Sra. Rogers ao meditar o documento de Fundação foi iluminada em suas reflexões: “nós não poderíamos fazer o mesmo convite para que nossa MTA descesse ‘e erguesse seu trono de graças de uma maneira especial’ também em nossas casas?” (p.83).
Em suma, uma “ousada” ação que nasceu do coração de nosso Pai e Fundador levou outras famílias a também amarem Maria e A convidar a se estabelecer em seus lares em fevereiro de 1963 . A instituição de um Santuário Lar não passa somente pela aquisição de um quadro e uma cruz: vai muito além e desperta na família a importância deste ato e toda a consagração do lar. Maria passa a estar presente de forma venerável, a qual o convite foi aceito. Desta forma, seguimos as recomendações de nosso Pai e Fundador e sua pedagogia: “Levem a imagem da Mãe de Deus e deem-lhe um lugar de honra em seus lares. Assim, estes se transformarão em pequenos santuários, nos quais a imagem de graças atuará eficazmente, criando uma terra santa na família, e formando santos membros da família”.
Um lar, uma igreja doméstica.
Desta forma, ações apostólicas como a de nosso Pai e Fundador e de demais pessoas que foram tocadas pela pedagogia Schoenstattiana faz com que nestes momentos de Pandemia e reclusão, não se afastemos do Espírito Divino de Deus, encontrando por entre as mídias e o nosso “lugar predileto” o momento de compartilhar com todas as nossas orações, a Santa Missa e até o modo de vida Mariano a qual consagramos em pequenos altares grandes pilares reforçados da Santa Igreja vivente, caminhante e residente de cada lar a qual se consagra um Santuário Lar.
A visão profética de nosso Pai e Fundador faz com que mais lares sejam extensões dos Santuários Filiais que se originaram no Santuário Original e que hoje, em momento de pandemia, torna-se ainda mais um porto seguro para o enfrentamento e vitória do mal pelo bem!
Fontes:
O Nascimento do Santuário-Lar – Pe. Jonathan Niehaus, Junho de 2012
Documentos de Fundação – Pe. José Kentenich, 2002.
Por Fernando Castilho Valderrama
Liga de Famílias de Schoenstatt
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