O dia oito de dezembro é de grande festividade para nós católicos, diretamente para aqueles que compartilham da devoção mariana: Através do dogma da Imaculada Conceição de Maria, acreditamos pela fé que Maria veio ao mundo, pelo ventre de Santa Ana sem a mancha do pecado original, ou seja, sendo o solo fértil preparado para o Senhor semear a redenção do mundo.
A Santa Igreja, pela luz do Espírito Santo ao Papa Pio IX, instituiu o dogma (a verdade da fé, incontestável) da imaculada conceição de Maria através da bula papal Ineffabilis Deus, definida nas seguintes linhas:
“Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis”.
Maria, parte do plano salvífico de Deus, honra a trindade Santa com sua fé, aprendida na infância, obediente e temente a Deus, veio ao mundo sem que houvesse qualquer pretensão de ser Deus mas para que, por sua pureza, servir Deus em seus planos.
Um pai que reconhece a sua Santa Mãe
Padre Kentenich sempre honrou Maria através da razão do “Dilexit Ecclesiam”: como servo de Maria, a seu exemplo, sempre obedeceu a Santa Igreja e confiou em Deus de forma filial. Em sua filialidade heroica, mesmo sendo conduzido ao campo de concentração de Dachau, não deixou de honrar Maria em todo seu dia.
Nas orações do Ofício de Schoenstatt (RC171), Pe. Kentenich honra Maria nas orações da Matinas(RC181), para que no primeiro momento da sequência seja dedicado a Imaculada. Cravado no Inferno de Dachau, assim ele expressa:
181 “Teu santuário é nossa Nazaré
oculta na noite dos tempos.
182 Ali, Imaculada, orando,
lutas cheia de anseio
pela aurora da salvação;
ali Gabriel te faz o pedido
e o mundo se ilumina por teu Fiat
183 Vejo-te silenciosa, renovar o Fiat
e tua luz romper a noite,
a partir de Schoenstatt;
pois Deus, cheio de sabedoria,
em sua bondade o escolheu,
como farol luminoso para o mundo de hoje.
184 Concede-me ser fiel à Carta Branca, como tu,
e combater o antigo Dragão;
como instrumento, inteiramente ao teu dispor,
alegre consagro minha vida
a missão de Schoenstatt.
185 O universo, com alegria, dê glória ao Pai,
no Espírito Santo, em seu esplendor,
louve-o por Cristo e com Maria,
agora e na eternidade. Amém.
Ainda em posse da luz divina, Pe. Kentenich cheio do amor por Maria, como filho muito amado, redige a oração “Ave Maria, por tua pureza”, implorando a Maria a pureza de coração, semelhante ao coração de Maria. Esta oração foi escrita pelo Pe. Kentenich ainda na infância. Uma oração repleta de pureza, docilidade e gentileza de uma criança:
“Ave Maria, por vossa pureza, conserva puro meu corpo e minha alma. Abre-me largamente o vosso coração e o coração de vosso divino Filho. Concede-me um profundo reconhecimento de mim mesmo e a graça da perseverança até a morte. Dá-me almas e tudo mais toma-o para vós”.
Na pandemia, conserva-nos a Tua pureza.
E neste tempo de pandemia a qual o mundo passa, pedimos a Maria, na festividade da Imaculada Conceição, a pureza em nossos corações para que possamos transpor o tempo de reclusão e distanciamento social e transcender a Cristo, através do coração de Maria, repousar em seu lado com filhos muito amado.
Queremos poder olhar para o próximo que sofre com a COVID-19, por nossos irmãos que padecem nos leitos de hospitais e pelas almas que se foram, na graça da Urbi Et Orbi, sendo agraciados com indulgências plenárias deste momento tão sofrido, vencer este mal que assola o mundo e fere o valor da vida.
Por fim, torna Maria cada Santuário em farol para o Brasil, Tabor para o Mundo, onde todos podem encontrar o abrigo espiritual nos teus braços maternais e através desse afago, aquecer os corações transformando em instrumentos aptos e ao mundo conduzir apóstolos que levem a boa nova a todos que sofrem.
Por: Fernando Castilho Valderrama
Liga de Famílias de Schoenstatt – Araraquara/SP