Na vida pública de Jesus podem-se reconhecer facilmente três partes: o tempo do sucesso, o tempo do insucesso e de transfiguração.
Depois de seu aparecimento em público surge um movimento popular. Todos correm atrás do grande taumaturgo e sábio mestre. Até parece que o povo, em seu amor e em sua fé, queria entregar-se a Ele. E o tempo e o lado feliz na vida pública de Jesus. Mas não dura muito. Logo é substituído pela constatação dolorosa, primeiro os chefes do povo eleito, depois a grande multidão o rejeita. Logo que esta realidade se manifesta mais fortemente, Jesus se retira da vida pública e dedica seu amor, seu tempo e suas forças à formação e educação de seus apóstolos e de seus discípulos. Enquanto isso, adensam-se as nuvens sobre sua cabeça, os laços o apertam sempre mais até, na Sexta-feira Santa, entregar sua vida no patíbulo da cruz pela redenção do mundo. No terceiro dia, por suas próprias forças, levanta-se do sepulcro. Está de pé diante do mundo admirado como o herói glorioso, o vencedor transfigurado sobre a morte e o demônio. Esta terceira parte de sua vida, por isso mesmo, é tão encantadora porque agora a sua natureza humana é introduzida, até em suas mínimas partes, no resplendor da “visio beata” (visão bem-aventurada de Deus) e porque Ele mereceu esta glória para si e para seu Corpo Místico pelos seus sofrimentos e sua morte.
Por isso a liturgia fala de uma “beata passio” (feliz paixão), e o próprio Jesus dá o esclarecimento elucidativo: “Não devia Cristo padecer tudo isto e assim entrar em sua glória?” (Lc 24,26). Portanto, o lado encantador de sua vida compreende não só sua ressurreição e transfiguração, mas também sua paixão – porém, só como causa e preço de resgate de sua ressurreição e transfiguração. (Livro Cristo Minha Vida, p. 31 a32 – Pe. José Kentenich, em: Estudo para as Irmãs de Maria de Schoenstatt, da Prisão do Carmelo, janeiro de 1942.)
Propósito do Dia: Procurarei calar-me, algumas vezes ao dia, para renovar meu sim a Deus.
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